terça-feira, 14 de maio de 2013

Crítica - Senhoras e Senhores: Corte Final (2012), de György Pálfi


Começo com uma crítica antiga, minha segunda realizada. Pois esse filme me faz lembrar o quão importante é o cinema, não só individualmente, mas como contador de histórias e formador de opiniões. Nada melhor para iniciar um espaço para críticas, debates e alguns momentos de desvario, por que não?




Senhoras e Senhores: Corte Final (2012)


Eis uma das surpresas do ano. Uma homenagem e, mais que isso, uma devoção ao cinema. Esse é o objetivo, atingido de forma brilhante, do diretor húngaro György Pálfi.




Um homem e uma mulher são unidos pelo acaso, embriagados por um amor à primeira vista. Mudanças e situações difíceis virão: gravidez, emprego, família etc. Com um enredo comum e até bobo, Senhoras e Senhores: Corte Final (Final Cut – Hölgyeim És Uraim) nos fascina não pela história, não pelo fim, mas pelos meios.

Por intermédio da cena inicial (onde um homem desperta pela manhã e se dirige ao banheiro para se barbear) já percebemos que diversos filmes passarão diante dos olhos dos espectadores, pois Kirk Douglas e Woody Allen são apenas alguns dos rostos que compõe a mesma. Recortes que percorrem a história do cinema (desde A Chegada de um Trem na Estação, dos irmãos Lumière até Avatar, de James Cameron) são ordenados de forma espetacular e precisa, permitindo o desenvolvimento da trama, mesmo que esta não exija complexidade.

Porém, complexo e paciente é o trabalho dos montadores e de Pálfi, que por mais de três anos coletaram e selecionaram momentos belíssimos de filmes dos mais variados países. Por meio de uma edição trabalhosa e precisa, assim como a mixagem de som (é este fator que une cenas e personagens entre os cortes) somos levados por uma simples história de amor, feita por um apaixonado pela sétima arte.

A magia do cinema é universal e contagiante, portanto é difícil não se pegar tentando adivinhar os filmes que aparecem, dando risadas pelo modo que são realinhados no longa, os distinguindo dos personagens originais (exemplo de Charles Chaplin dançando ao som da trilha de Os Embalos de Sábado à Noite, ou até mesmo o espanto de Anthony Perkins ,em Psicose, após espiar a espetacular virada de pernas de Sharon Stone, em Instinto Selvagem).

Sair do cinema após Senhoras e Senhores é perceber a dimensão dessa arte, com um belo sorriso no rosto. Todos são tocados pela sua imensidão e história, e quão maravilhosa e rica ela é.

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